Marco Polo Del Nero e José Maria Marin têm participado de reuniões (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Igor Siqueira
O projeto de lei para quitar a dívida dos clubes com a União
continua sendo objeto de debates entre a CBF, o Ministério do Esporte e
alguns parlamentares. O presidente José Maria Marin já disse que o
débito será extinto através da contrapartida do investimento em esportes
olímpicos. Mas o ponto analisado recentemente é a maneira de punir os
clubes que insistirem em políticas financeiras irresponsáveis e criarem
mais dívidas, mesmo após terem iniciado o "pagamento". A proposta da CBF
é punir os maus pagadores com a retirada de pontos em campeonatos e
consequentemente com rebaixamento.
- É uma punição séria, porque
senão começa tudo de novo, vindo outro presidente, por exemplo. Mas
acredito que assim não vai ter dívida. Se perderem pontos, os clubes
pagarão. Temos que cuidar para não acontecer depois - afirmou Marin,
ressaltando que a punição só viria para débitos posteriores à aprovação
da lei e não será uma medida feita individualmente:
-
Isso não é CBF. É o Ministério do Esporte, em conjunto com o
Legislativo. Segunda-feira tivemos uma reunião de São Paulo e Rio. Foi
um debate amplo para procurar fazer uma coisa concreta.
Marin
ainda revelou que uma minuta do projeto já foi desenvolvida, com o
auxílio do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), que foi relator da
Lei Geral da Copa.
- Temos uma cópia. Estamos com muita cautela e seriedade, para não criar uma falsa esperança - ressaltou.
Vice-presidente
da CBF na Região Centro-Sul, Marco Polo Del Nero também tem participado
do desenvolvimento do projeto e explicou melhor como será o
funcionamento da contrapartida.
- O tempo de trabalho vai depender
do valor da dívida. E este número também vai determinar se serão três,
quatro ou dez modalidades envolvidas - disse Del Nero.
O projeto
de lei ainda não tem data para ser levado à Câmara. A expectativa é que
isso acontecesse ainda neste ano, mas o período eleitoral pode
atrapalhar, já que a maioria dos parlamentares conseguiram uma licença
para trabalhar na campanha das eleições municipais. Os trabalhos em
Brasília estão sendo feitos em períodos pré-determinados, nos quais
ocorre um esforço concentrado para votação de projetos.